Por Ana Paula Bastos, na XIII Convenção Nacional
As mais de 100 intervenções aqui já proferidas deram nos um retrato do que todos já sabemos: o capitalismo provoca doença e mata!
A maioria dos trabalhadores no mundo continua sob condições de trabalho e vida precárias, como as tão bem analisadas por Engels na obra “A situação da classe trabalhadora na Inglaterra”, de 1845, em plena primeira revolução industrial. Então eu pergunto, vida boa para quem?
Para os imigrantes precarizados? Para os trabalhadores racializados? Para os uberizados? Para os precarizados do mundo para que tenhamos nós a “vida boa”?
Foi muito curta a experiência de conquista de direitos pela luta das classes trabalhadoras do pós-guerra e só foi possível porque no Ocidente pairava o medo do fantasma do comunismo.
Mesmo as curtas experiências socialistas que retiraram os povos dos jugos ditatoriais e, apesar dos inúmeros embargos, retiraram milhões da fome, foram e são produtivistas na forma de alcançar o desenvolvimento tal como nos países ditos avançados.
Estes resolvem as suas crises cíclicas com mais e mais soluções técnicas, espoliando os recursos que são finitos. Não nos iludamos, é uma falácia a resposta que está a ser dada à crise climática, é só uma nova roupagem do mesmo, é uma resposta adaptativa do capitalismo para se perpetuar. Continua a ser neocolonialista e neoextrativista!
Mata e explora os trabalhadores do Sul Global, mata povos e ecossistemas, mata nos! Não é este modelo de uma falsa “green economy” que nos vai salvar do colapso. Como diria o grande ecologista amazónico Chico Mendes: “ecologia sem luta de classes é jardinagem!”
Nós não viemos aqui fazer jardinagem e também não nos contentamos com as migalhas que caem da mesa do grande banquete capitalista. Não aceitamos menos que a socialização dos meios de produção.
Se no passado a alternativa foi o Socialismo agora a alternativa é o Ecossocialismo, a ecologia na frente do debate, porque pertencemos todos a um mesmo ecossistema! Apelo ao vosso voto na moção ecossocialista, a moção E.
Ana Paula Bastos


