ChatGPT

por Luís Mouga Lopes

Segundo o ChatGPT, o Bloco de Esquerda (BE) é um partido político progressista, fundado em 1999, resultado da fusão de vários partidos políticos de esquerda que tinham uma plataforma política baseada em princípios que o BE ainda hoje defende: o ecossocialismo; a defesa do meio ambiente e dos direitos sociais e laborais, a redução das desigualdades, a promoção da justiça e a participação democrática.

Segundo este chatbot – uma rede neural OpenAi, com inteligência artificial (IA), que conversa connosco de uma forma “natural”, gerando textos complexos, ensaios e relatórios, fazendo parecer que tem ideias próprias – o BE tem, como objetivo primeiro, a luta contra a austeridade económica, contra as políticas neoliberais impostas pelos tratados da União Europeia. Este chatbot refere, também, o facto do BE defender políticas progressivas e éticas, tal como a defesa pelos direitos LGBTI, as lutas contra a pobreza, as lutas a favor da legalização do aborto e da igualdade de género, entre outras (as lutas todas)!

Por outro lado, o mesmo Chatbot refere que o neoliberalismo, que o “centrão” – hoje comandado por António Costa – adotou, é uma corrente económica e política que surgiu na metade do século XX, tendo uma influência significativa em muitas partes do mundo, defendendo a livre economia de mercado, a redução da intervenção estatal na economia, a promoção da iniciativa privada, propondo – tal como os tratados europeus registam – a liberalização do comércio, a desregulação dos mercados, a privatização das empresas estatais e, claro, a redução dos impostos e dos gastos públicos. Ou seja: a lei do faroeste; a lei do mais forte, que fomenta – dizem eles – a eficiência e a inovação, o crescimento económico, o aproveitar das vantagens comparativas e a especialização dos setores onde os Países são mais competitivos; a lei que permitirá continuar a desbastar o planeta e a massacrar as pessoas como se não houvesse amanhã… Nada de novo, portanto!

Tendo em conta tal informação, conclui-se que o neoliberalismo em pouco difere do feudalismo, não fosse o desenvolvimento tecnológico, o suporte nas novas tecnologias de informação (GOD). Porém, um “sistema feudal” moderno, onde o escravo passou a ser considerado empresário (economia uber) e a nobreza fundiária… exemplares entrepreneurs. Nativos migrantes digitais; não residentes liberais… Há que pensar seriamente acerca disto tudo, perguntando a nós próprios: o que é que se passa com a nossa economia real? Estará o nosso País, Portugal, a transformar-se numa plataforma de negócios virada, única e complexamente, para os setores do turismo e da especulação financeira (Lisboa, Porto e Algarve) e para a agricultura intensiva (Centro litoral e interior e Alentejo); a desenvolver competências baseadas na mão de obra barata, arruinando cidades e território em termos de oferta de transportes e habitação, de insustentabilidade e falta de equidade no acesso à água, por exemplo, colocando-nos numa situação perigosa de vulnerabilidade e atrasando fortemente o desenvolvimento dos setores da saúde, do ensino, da cultura, dos serviços e da indústria? Oxalá que não…!

Lembrando que as vantagens podem ser adquiridas (vantagens construtivas), não seria prudente pensarmos num futuro, dentro do atual espaço económico, assente no desenvolvimento de competências e capacidades produtivas; num sistema nacional de inovação, baseado na investigação (não no negócio dos mestrados), nas escolas e nas empresas (como há muito se apregoa), orientado para a qualidade de vida dos cidadãos e para as exportações de serviços e produtos de alto valor acrescentado, permitindo, assim, que Portugal superasse – uma vez por todas – o confronto tido contra as armas de destruição massiva a que tem sido sujeito ao longo dos tempos?

Luís Mouga Lopes

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