REDE ECOSSOCIALISTA é uma plataforma tem como objetivo fundar as condições teóricas, políticas, organizativas e de intervenção para a divulgação e afirmação de uma corrente ecossocialista em Portugal e incrementar as relações solidárias e interativas com as redes ecossocialistas internacionais. A humanidade é parte integrante da natureza, não é sujeito à parte, nem lhe está acima. É preciso mudar a relação ser humano – natureza, construir cooperação, harmonia e uma nova utopia mobilizadora e ecossocialista. Pintar de verde a fachada do capitalismo predatório (o chamado ‘greenwashing’), mantendo inalterada sua lógica de exploração, exclusão e desigualdades, é assimilável pelo sistema até com eventuais vantagens próprias. As bandeiras das tecnologias limpas e da descarbonização devem ser associadas às transformações na estrutura da propriedade, da distribuição e da natureza do consumo, com articulação entre a comunidade científica, o movimento ambientalista e laboral. É necessária uma nova resposta política, uma afirmação ecossocialista por um novo compromisso civilizacional entre trabalho, ambiente, conhecimento e novas gerações.
Foi participada a Assentada Estudantil e Comunitária junto à Reitoria, na Praça dos Leões, convocada hoje, dia 8, pelo grupo Estudantes do Porto em Defesa da Palestina, pelo corte imediato das relações da Universidade do Porto com Israel.
Leandro Pires intervém na Assentada na UPorto em representação da Rede Ecossocialista AP
O estudante Leandro Pires, em representação da Rede Ecossocialista AP, intervém na Assentada em solidariedade com o povo palestiniano e condenando o genocídio que Israel está a praticar em Gaza.
Transcreve-se a intervenção de Leandro Pires:
“A Rede Ecossocialista AP está aqui em solidariedade com a luta do Povo Palestiniano. Denunciamos o genocídio protagonizado pelo Estado Sionista de Israel em Gaza!
Israel destruiu todas as 11 Universidades de Gaza. São, agora, cinzas num chão achatado. Deslocou os estudantes, matou-os e às suas famílias. Perseguiu os professores. O epistemicídio é parte constituinte de um genocídio. Não dá para “permanecer neutro” tendo colaborações com o Estado genocida de Israel. Isso não é “permanecer neutro”, mas sim permanecer aliado.
Por isso estamos aqui, a exigir à Universidade do Porto que pare de compactuar com o genocídio em curso. E ao Governo português que chame o embaixador de Israel e suspenda as relações diplomáticas.
Mas mais, muito mais! Pois o que está a acontecer em Gaza e no resto da Palestina está intimamente ligado ao que está a acontecer, nesta semana, agora mesmo, no Rio Grande do Sul, no Brasil, onde quase 200 mil pessoas ficaram desalojadas devido às cheias causadas pelo fenómeno El Niño – que foi potenciado pela crise climática.
Israel é, para o império Norte Americano, um posto militar avançado de controle e supervisão no Médio Oriente – uma região importantíssima para o Capital Fóssil. E, por isso, sempre teve o seu apoio. Mas agora, esse mesmo Capital Fóssil, que sempre teve interesse em Gaza pelas reservas de milhares de milhões de litros de gás natural e pela posição estratégica para controlo da extração de outros produtos fosseis na região, por agora terem acabado as exportações de gás natural da Rússia, devido às sanções, estas reservas tornam-se ainda mais valiosas. Então os vários governos, cuja função sempre foi, historicamente, proteger os interesses do grande Capital, entregam os pratos para receber o banquete.
Os governos estadunidense, inglês e europeus estão envolvidos nisto e são cúmplices! Este é um esforço genocida TRANSNACIONAL, porque o Capital Fóssil é TRANSNACIONAL. Mas a resistência está a ser e será INTERNACIONAL!
No Final de Outubro de 2023, no mesmo mês em que houve o ataque do Hamas que os sionistas querem que acreditemos que foi o que começou isto tudo, Israel já tinha feito 12 concessões de exploração de gás natural no norte de Gaza. Terra que não lhes pertence – tal como o resto –, mas esta, NEM SEQUER de acordo com a lei internacional. Uma das empresas a que foi feita concessão foi a BP – British Petroleum. Aqui ao lado! Por isso, a ofensiva genocida do governo israelita tem como objetivo imediato impedir que possa surgir um Estado Palestiniano. Mas, por muito que tentem cortar todas as flores, a primavera virá sempre!
A ebulição global – a crise climática, está a ser orquestrada pelos capitalistas fósseis. E ela passa pela Palestina! O povo Palestiniano é, para o capitalismo, um mero efeito colateral da perseguição do lucro e do crescimento infinito! E desengane-se quem acha que existem “capitalistas bonzinhos”!
O que causou a morte de mais de 35 mil pessoas em Gaza, em menos de 6 meses? O que causou as cheias que fizeram, nesta última semana, quase 200 mil desalojados, no Rio Grande do Sul? O que causou as cheias, em Derna, na Líbia, um mês antes deste genocídio se ter agravado, que causou quase 12 mil mortes numa só noite?
Tudo tem a mesma origem!
O SISTEMA DE CRESCIMENTO INFINITO É O MESMO!
A DESTRUIÇÃO DO PLANETA É A MESMA!
A DESTRUIÇÃO DOS POVOS É A MESMA!
E POR ISSO A RESISTÊNCIA TEM DE ESTAR UNIDA!
A Nakba e o genocídio em Gaza são um forte e dramático sinal da crise que ameaça a humanidade. Não vamos ser complacentes com o genocídio, temos de travá-lo, já!
Em nome da Rede Ecossocialista AP, expresso a nossa total solidariedade com o Povo Palestino e com a Luta pela Liberdade Palestina! E condenamos todos os crimes cometidos por este Estado Sionista e o aparelho que o alimenta!