Corrente ecossocialista é alternativa ao capitalismo e afirma-se internacionalmente

Realizou-se no passado fim de semana, na Argentina, Buenos Aires, no anfiteatro da Associação dos Trabalhadores do Estado, o VI Encontro Ecossocialista Internacional, o primeiro realizado fora da Europa, com a participação de 200 delegados/as de várias partes do Mundo, representantes de 50 organizações ecossocialistas, desta vez com uma forte presença latino-americana.

O contexto em que o VI Encontro foi organizado na Argentina é o de uma extrema-direita que ganhou as eleições presidenciais com o populista Javier Milei que já colocou em marcha o projeto neoliberal de destruição dos direitos conquistados por sindicatos, movimentos feministas e organizações que lutaram – e continuam a lutar – por mais e melhor democracia.

No passado dia 9, em que se previa o início do VI Encontro, as centrais sindicais CGT e CTA levaram a cabo uma Greve Geral que teve grande adesão contra o “ajuste” de Milei e a legislação em debate no Parlamento argentino que quer retirar direitos aos trabalhadores, fazer cortes nas reformas e pensões, avançar com as privatizações e dar grandes borlas fiscais aos grandes investimentos estrangeiros, sobretudo vindos dos EUA, colocando em crise a indústria nacional e favorecendo o desemprego. Foi “un parazo” escrevia no dia seguinte à greve geral a imprensa não afeta ao governo de Milei.

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No entanto, todo esse cenário de avanço da extrema-direita, bem patente também na Europa, chama a esquerda a construir horizontes possíveis a partir das lutas sociais, políticas e ecológicas.

Hoje, mais que nunca, a Argentina e a América Latina precisam de apoio e solidariedade internacionalista. O VI Encontro Ecossocialista é o primeiro a ser realizado em território latino-americano e caribenho (Abya Yala) e segue a linha dos encontros anteriores realizados na Europa. Procura alimentar e incentivar os debates a partir das experiências anteriores, tendo como objetivo passar das denúncias e das lutas defensivas, sempre importantes, para iniciar a construção de uma estratégia global de enfrentamento das causas estruturais geradas pela mercantilização e depredação capitalistas. Avançar em direção a um modelo de sociedade que não seja regido pelos lucros das empresas e de outros grupos de interesse, mas sim pelas necessidades sociais, em equilíbrio com a natureza e a partir de uma perspectiva claramente ecofeminista e antirracista.

O VI Encontro incluiu painéis, oficinas, plenárias e espaços de intercâmbio entre coletivos, ativistas e organizações em luta para trilhar coletivamente o caminho em direção a uma agenda e um programa de luta pelo ecossocialismo. Ficou bem explícito que a diversidade que caracteriza estas organizações defensoras dos bens comuns e que lutam por um mundo sem exploração constitui uma grande força do movimento ecossocialista.

Este VI Encontro foi também o I Encontro Ecossocial Latino-Americano e Caribenho e deu continuidade aos debates ecossociais a partir dos territórios e das problemáticas da região, e propõe-se dar continuidade com o segundo encontro a ser realizado por ocasião da COP 30, no Brasil, no próximo ano. A Rede Ecossocialista portuguesa acompanhará o processo de construção do II Encontro solidária com a Rede Brasileira de Ecossocialistas, parceira desde início da revista Ecossocialismo.

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Início dos trabalhos do VI Encontro




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Uma das mesas de debate com o economista argentino Cláudio Katz e deputados/as do PSOL(Brasil) da corrente ecossocialista
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Vista de parte da assistência do VI Encontro

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