por Luís Mouga Lopes
Tal como Sartre pensou, aquilo que entendemos pelo querer é uma decisão consciente que, para a maior parte de nós, se segue àquilo que fizemos de nós mesmos. Este registo dá para pensar, sem dúvida… Aliás, bastava não escrever mais para que este artigo valesse a pena…! Porém, deixo umas questões: será um soldado, obrigado pelas ordens dos seus superiores, a matar cem pessoas numa guerra, um assassino pior do que um criminoso que, por ganância, espanca uma senhora idosa até à morte? Porque é que há gente, que se diz de esquerda, que – para não ficar mal na fotografia da hipocrisia – se diz a favor dos negócios de guerra representados, agora, pelos palhaços Volodymir Zelensky e Beijamin Netanyahu, entre outros?
Agora, que «os petroleiros russos seguem para a Índia e para a China, sendo os pagamentos feitos em «yuan», devemos ter medo do assassino Vladimir Putin, outrora parceiro europeu vip de negócios? Será que os russos e os muçulmanos são os únicos que “comem criancinhas ao pequeno almoço”, sendo os outros todos super-heróis patrióticos? Talvez não! Desde que o neoliberalismo deu vida a um regime de terror com precedentes, onde os fascistas (americanos, europeus e russos) utilizam os humanos para experiências onde nem a pele e os cabelos e os ossos e os dentes são poupados, todos estão do mesmo lado… do lado capitalista; que se alimenta de crises e de mentira, sendo óbvio que, desde há muito, as chefaturas introduziram dilemas vários nas sociedades, hoje, cleptocráticas, não igualitárias, governadas centralmente pela mão invisível.
Tal como nos Balcãs, em Gaza e em África, a corrupção e o ódio e o medo e a fome e a destruição matam milhares de pessoas por dia. Gente que é assassinada – sem piedade – pelos bisnetos das vítimas dos imperialistas, nazis, ditadores, outrora escorraçadas nos campos de concentração de Theresienstadt e Auschwitz. Sabemos todos, que a desproporção imoral da despesa sem limites com as guerras “dos azuis contra os vermelhos” em contraste com as lutas a favor, por exemplo, dos direitos humanos ou do meio ambiente, mostra o grau de insanidade que caracteriza os líderes mundiais do século XXI.
Por exemplo: em 2023 a despesa militar mundial atingiu valores nunca vistos, nem nos tempos da cortina de ferro. Obviamente que o objetivo maior dos estados e dos impérios, protegidos pela NATO, é a criação de carga, de propriedade, fazendo com que, no fecho das contas, se lucre muito. Sabemos todos, também, que na américa, na união europeia e na rússia são emitidas milhares de licenças por dia para a venda de armas, bombas, mísseis, explosivos, agentes químicos, drones, veículos, aeronaves, navios e tudo o que prevalece sobre os direitos humanos a países que fazem render biliões de dólares, euros e rublos. A países que sempre apelaram à guerra… à destruição do planeta! Para estes, haverá sempre um diabo vermelho para justificar o fascismo neoliberal… Para esta gentalha sem piedade, haverá sempre uma fronteira, uma linha artificial física ou política para nos proteger (dizem eles), também, contra as mães e crianças quem fogem das guerras; contra quem quer sobreviver trabalhando.
Tanta hipocrisia! Tanta gente a “alimentar” bandidos! Acabo este artigo de opinião com um pedido de intenções: que não se permita a confusão entre “armar” e “amar”, pois «não precisamos de bombas e armas; de destruir para obter a paz, mas apenas de estarmos juntos e de nos amarmos uns aos outros», de boas relações, sendo que a atividade sexual correspondente é, também, muito mais importante para a felicidade do que o dinheiro e a propriedade (dívidas). Make love, not war.

[Foto cabeçalho: Danielle Buma – https://www.flickr.com/photos%5D

