Com os dois pés na guerra

por Luís Mouga Lopes

A Europa está a definhar por causa dos tecnocratas europeus e dos “democratas” americanos, que sempre adoraram mandar no mundo. Para eles, é regra fazer guerra por todo o lado, a partir das 750 bases militares distribuídas por todo o globo terrestre: desde o Canadá até à Austrália. São mais de 173.000 soldados ao serviço de Deus (in god we trust). Os democratas, juntamente com os republicanos e com a permissão dos tecnocratas europeus, já instalaram mais de 200 bases na Europa e outros tantos McDonalds, KFC e Burger Kings (liberdade de expressão) tendo, entretanto, eliminado grande parte da capacidade económica alemã (motor económico da Europa).

Se nos libertarmos da tendência do pensar em termos clubísticos (América vs Rússia) e passarmos a ter um pensamento livre, sustentando tais fenómenos na lógica e na razão, percebemos que humana (só na guerra da Ucrânia, já morreram mais de um milhão de pessoas), ambiental (desastre climático) e economicamente (neoliberalismo), estes conflitos têm sido “mau negócio” para a Europa pois, estar contra a Rússia, permitindo-se a destruição dos Pipe Line North Stream (setembro de 2022), por exemplo, que permitiam a distribuição de gás por parte dos russos a preços competitivos (uma das maiores receitas da Rússia), os pro ucranianos conseguiram colocar grande pressão sobre os stocks que a Europa tinha armazenado, colocando-nos numa nova posição de dependência que tem obrigado a novas decisões políticas.

Com isto, não pretendo afirmar que os americanos são maus e que os russos são bons, pois todos sabemos que ambos os impérios são terríveis e que tudo é uma questão de negócio… Porém, tendo em conta que, apesar dos muitos custos sociais, vivemos pateticamente numa economia capitalista, em que a regra de ouro são as negociatas e a falta de consideração pelas pessoas, deveríamos perguntar o que é menos mau para a Europa! Antes de mais, deveríamos fazer contas e perceber que pagar três vezes mais pelo gás aos americanos não acrescenta valor à economia europeia; à vida das pessoas. A prova? É certo que a economia alemã já começou a espirrar… Contudo, o mais preocupante é que, apesar desta realidade dura que ainda vai nos primeiros tempos, ainda há gente que diz que este e outros custos estão relacionados com o preço que temos de pagar pela liberdade…

«É o preço da liberdade», dizem eles!?! Apesar de tudo; apesar da destruição, dos milhares de pessoas que continuam a sofrer com o capitalismo (há centenas de anos), a morrer à custa dos lucros de meia dúzia de privilegiados, ainda há quem continue a alimentar pensamentos das idades antiga e média; a julgar que é necessário fazer guerra para obter paz. Enfim…! Parece que a verdade é esta: não há como evitar as pretensões doentias de quem manda no mundo, de quem gere os complexos de petróleo, de gás e da mineração, da indústria militar, dos mercados financeiros e dos mercados imobiliários. De algumas poucas milenas de oligocratas que receberam mais de metade da riqueza obtida pelo resto do mundo nos últimos três anos (Relatório da Oxfam, “A Sobrevivência” do mais rico – por que é preciso tributar os super ricos agora para combater as desigualdades”). Mais de 42 triliões de dólares; seis vezes mais dinheiro do que receberam as mais de sete mil milhões de pessoas que vivem por todo o lado. Entretanto, após o primeiro ataque “ucraniano” à Rússia, com mísseis de longo alcance (19/11/2024), segundo o palhaço Zelensky, a guerra mudou de patamar, ficando a situação na Europa ainda mais séria e perigosa, pois serão os satélites americanos (com a bênção dos fascistas europeus) a operar tais lançamentos.

Tome nota: até há pouco tempo tínhamos um pé na guerra. Agora, temos dois… Apesar deste mundo cruel, do regresso de Trump e do estado a que a Europa chegou; apesar de toda a miséria consentida, desejo um excelente Natal, ciente de que, para o próximo ano, haverá mais guerra, mais fome, mais destruição e mais crises, frutos do sistema que é extremamente benéfico para quem tem desfigurado o mundo.

Luís Mouga Lopes

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