Hoje, a insistência de que os EUA e a sua NATO são o nosso indispensável protetor é muito mais difícil. É público o calibre do novo bonifrates norte-americano e o perfil da sua corte infrequentável. Quem dali espera proteção ou é ingénuo ou acolhe outros interesses. Há duns e doutros, por aí.
O que domina é o discurso de que, perante o iminente abandono do “protetor americano”, resta à Europa afirmar-se como potência. Como? Armando-se até aos dentes, com base na narrativa da guerra fria de que “vêm aí os russos”?
O belicismo e a escalada armamentista prevalecem, numa escalada aparentemente imparável. Para os dirigentes da NATO e da UE, a palavra de ordem é mais dinheiro para soldados, armas e munições. Aumentem-se já os orçamentos para a defesa até aos 2% do PIB. Há quem, mais visionário (?), vá mais longe: antecipemo-nos aos cortes impostos por Trump e aumentemos já os orçamentos da defesa para 4% ou até 5% do PIB de cada país!
Para além dos milhares de vidas humanas e dos bens perdidos nas guerras alimentadas por estes interesses alheios aos povos, esta escalada belicista traduz-se em cortes em serviços públicos essenciais – basta ver a degradação do Serviço Nacional de Saúde — e na pauperização acentuada de quem trabalha ou já trabalhou.
Neste quadro de pré-guerra e de perigosa escalada militar agravada depois das eleições presidenciais norte-americanas, a exigência de paz já não é a mera afirmação de um princípio. É um imperativo central para os dias de hoje. Haja determinação e força coletiva para o alcançar.
Sessão debate dia 26 – 4ª feira – 21:00 horas – Livraria ‘Gato Vadio’ – Porto
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