Só há uma ameaça extrema e é a da direita

por Amílcar Correia *

Não há qualquer paralelo entre quem defende direitos cívicos e o respeito pelos direitos humanos e quem os ataca em nome do racismo e da xenofobia. São combates opostos. O primeiro é digno e humano, o segundo repugnante e desumano. Compará-los é condescender com a violência odiosa. Quem estabelece esse paralelo está prestes a apregoar que a distinção entre Martin Luther King e o Ku Klux Klan era uma questão de cor.

Este discurso saiu do baú de onde saiu o louvor ao preconceito e à discriminação racial, que não merece agora a condenação pública que tinha antes, quando era proferido com recato. Hoje, esse discurso não só é socialmente tolerado como eleitoralmente relevante. Além de perigoso

(…)
A verdade irrefutável é que a ameaça à segurança nacional não advém nem do radicalismo islâmico nem da extrema-esquerda. A violência à esquerda é uma arqueologia. A principal ameaça à segurança nacional e às instituições da democracia fala português, é nacionalista, racista, xenófoba e é de extrema-direita. Depois de uma série de agressões, que tiveram como fio condutor a proximidade ao 10 de Junho e o facto de os agressores pertencerem a movimentos neonazis, descobrimos que um grupo de saudosos do armilarismo e de Hitler preparava um ataque armado e violento à Assembleia da República e ao Palácio de São Bento, com intuitos antidemocráticos.

Será que depois disto Carlos Moedas vai continuar, teimosamente, a equiparar o que não é equiparável; a proclamar que extrema-esquerda e extrema-direita são Dupond e Dupont? Não identificar a diferença só é explicável por convicção ou cinismo eleitoral.

Ler artigo completo em: https://www.publico.pt/2025/06/24/opiniao/opiniao/so-ha-ameaca-extrema-direita-2137589

* Amílcar Correia é Redator Principal no jornal ‘Público’

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