Saiu a revista “ECOSSOCIALISMO” #11

Especialmente dedicada ao tema “Imigração”, a revista “Ecossocialismo” já está a caminho, com uma ampla diversidade de artigos.

Conforme refere Rui Cortes no Editorial, “Na vida política atual, nunca tanto se terá falado de migrações, xenofobia e racismo. Estes termos não deveriam ter nada em comum, mas, atualmente, são apresentados como quase indissociáveis. Portugal atingiu 1,6 milhões de imigrantes no final de 2024, um salto abrupto de quatro vezes em relação à década anterior. Estaríamos a colocar uma venda nos olhos se não reconhecêssemos que esta explosão tem consequências disruptivas na sociedade portuguesa. Acentuou-se a crónica fragilidade de serviços públicos, como saúde, educação, transporte e habitação. À rotura de serviços essenciais sobrepôs-se o capcioso aproveitamento político da direita mais extremada, a mostrar, afinal, a falsidade da integração e do “luso-tropicalismo”. Daí esta edição da Revista Ecossocialismo vir abordar estes temas, através de vários artigos e com a profundidade possível.”

“Avanços da Direita exigem Resposta e Ofensiva” é o título de abertura desta edição, onde numa primeira parte se avaliam as propostas e os discursos políticos à esquerda nas recentes eleições legislativas, que se baseiam “numa idealização da realidade, sem gerarem qualquer empatia com o desconforto e sofrimento de muita gente. A responsabilidade é geralmente assacada a fatores objetivos, exteriores aos partidos. Quando é referido o fator subjetivo não é feita qualquer referência concreta”, concluindo que “à esquerda, é preciso exigir uma nova resposta política, uma alternativa aos discursos casuísticos e, de facto, resignados ao situacionismo neoliberal, uma nova ambição que dê esperança ao povo que perdeu horizonte.”

Na segunda parte, o autor afirma que não tem havido capacidade para afirmar um discurso alternativo ao da extrema-direita sobre imigração, com consequências evidentes no expressivo recuo eleitoral. A esquerda tem sido defensista, temerosa e insensível aos anseios de uma população confrontada com a degradação de serviços públicos essenciais e a crise da habitação. “A junção de um modelo de acumulação que exige grande quantidade de mão-de-obra a custos reduzidos, só possível via imigração, com a incapacidade do seu acolhimento e integração segundo princípios de direitos humanos elementares, via desinvestimento no Estado Social, criou o “caldo de cultura” para a exacerbação de sentimentos primários na reação ao fenómeno”, refere Pedro Soares nesta parte do artigo sob o entretítulo “A luta pelos Direitos Humanos na Imigração”.

Seguem-se “Migrações, relações interétnicas e reemergência do racismo na Europa”, de Manuel Carlos Silva, “A complexidade da igualdade: entre o ideal e a realidade”, de Carlos Pereira Martins, e, ainda na abordagem à problemática da imigração, “A repressão da imigração em França, parte integrante da repressão do capital contra o trabalho”, de Cristina Semblano.

Noutras temáticas ecossocialistas, destacam-se a entrevista a Paulo Constantino, porta-voz do movimento “proTejo”, com o título “O não estabelecimento de caudais ecológicos no Tejo constitui um incumprimento da Diretiva Quadro da Água”, os artigos de Carlos Matias “Luz sobre um “apagão”, e “Vidas eméritas (contra o idadismo): dois fragmentos, duas mulheres, dois países”, de Ema Pires.

Na Secção Internacional, Rui Cavaleiro aborda “A Situação na Catalunha: Uma Análise Histórica e Atual”, Timothy L. Koehnen, debruça-se sobre “As políticas de extrema direita de Trump e as fraquezas dentro do Partido Democrata”, e Céline Veríssimo equaciona “Mudanças climáticas e conflitos ambientais: rumo ao ecofascismo ou à Transição ecossocial?

Na rubrica Correio dos Leitores, Luís Vale traz notícias das I Jornadas Cidadãs em “Território, agressões e resistências”.

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