Sessão de apresentação da revista ECOSSOCIALISMO #11 com debate sobre “As Leis da Imigração e a Cidadania”, no próximo dia 24 setembro, pelas 18:00 horas, na Biblioteca Camões/Lisboa, com:
Carlos Viana – Fundador da Casa do Brasil; Cristina Semblano – Economista, Sorbonne, radicada em França; Manuel Carlos Silva – Sociólogo, professor UMinho; Seyne Torres – Socióloga, membro da Comissão para as questões da Imigração e do CC do PCP; como Moderadora, Heloisa Machado – Cineasta, professora UFederalFluminense e investigadora na UAlgarve.

“A junção de um modelo de acumulação que exige grande quantidade de mão-de-obra a custos reduzidos, só possível via imigração, com a incapacidade do seu acolhimento e integração segundo princípios de direitos humanos elementares, via desinvestimento no Estado Social, criou o “caldo de cultura” para a exacerbação de sentimentos primários na reação ao fenómeno.
Se os centros de saúde, hospitais, escolas e transportes, para além da casa para morar, já tinham dificuldade em responder satisfatoriamente às necessidades das áreas metropolitanas e comunidades locais, com o rápido crescimento demográfico ficaram sobrecarregados e agravou-se o sentimento de insegurança e de perda de condições de vida. A escalada especulativa dos preços no imobiliário, com a muito insuficiente oferta de habitação pública, está a infernizar ainda mais a vida de muitas famílias.
Neste quadro, a esquerda não se pode reduzir à visão utilitarista dos imigrantes para a economia e para a sustentabilidade da Segurança Social, nem limitar-se a declarações proclamatórias que, por mais bem-intencionadas que sejam, não respondem aos problemas concretos das populações na saúde, nas escolas, nos valores exorbitantes do imobiliário. Os governos têm sido lestos em encerrar escolas, centros de saúde ou tribunais, logo seguidos pelas dependências bancárias e correios, com a justificação da diminuição de residentes em vários municípios. Porém, quando há aumento do número de residentes, nomeadamente por imigrantes, não tomam medidas para prover os serviços públicos locais de mais meios.” [Revista ECOSSOCIALISMO #11, pg. 13]

