Há dias, milhares de pessoas cercaram pela primeira vez a embaixada israelita em Lisboa para protestar contra a agressão em Gaza e o ataque à flotilha. As vigílias foram realizadas simultaneamente em outras oito cidades portuguesas. Passados dois dias, uma nova manifestação pela Palestina arrancou em Lisboa com milhares de pessoas. Esta mobilização está a decorrer em toda a Europa. É tempo de lançar uma iniciativa conjunta à escala europeia pela Palestina, contra a agressão israelita. Podemos tomar essa decisão hoje.
O espectro da guerra está a ser estimulado por toda a Europa para justificar o aumento das despesas militares nos orçamentos nacionais, ordenado pelo presidente dos EUA.
Como resultado, e simultaneamente, a urgência de tomar medidas para mitigar os efeitos das alterações climáticas que ameaçam a humanidade e para descarbonizar a economia e a sociedade está a ser minimizada.
Tudo está subordinado à construção e ao financiamento de um clima de guerra.
Os serviços públicos de saúde e educação, as prestações sociais, sofrerão cortes e os salários reais serão atacados. As condições de vida das classes trabalhadoras diminuirão.
Em Portugal, o novo governo de direita com o apoio da extrema-direita, prepara a maior ofensiva alguma vez lançada contra os direitos laborais, o direito à greve, os salários e a negociação coletiva, para facilitar os despedimentos e aumentar a precariedade laboral.
O prolongamento da guerra na Ucrânia é consistente com a política seguida pela Comissão Europeia, pela maioria dos governos da União Europeia e pela NATO. É um instrumento para impor a insegurança e o medo junto da população.
Defender o povo ucraniano é conseguir o cessar-fogo e um processo de paz.
O anúncio de que os Estados Unidos podem fornecer à Ucrânia mísseis de cruzeiro Tomahawk de longo alcance, capazes de atingir profundamente a Federação Russa, está a agravar o conflito em vez de criar uma estratégia determinada e coerente para um verdadeiro processo de paz.
Trump quer o Prémio Nobel da Paz e usar este crachá para disseminar a guerra social pelo mundo.
A guerra entre a Rússia e os Estados Unidos em território ucraniano, com o custo de milhares de vidas de ambos os lados, tem de terminar. Devemos fazer todo o possível para pôr fim a esta barbárie.

A apresentação de um “plano de paz” para Gaza, organizado por Trump e Netanyahu, sem qualquer intervenção palestiniana, constitui um verdadeiro plano neocolonial com ocupação militar israelita deste território.
O argumento de que os ataques israelitas a Gaza visaram exclusivamente a defesa contra o Hamas é claramente falso.
O governo israelita continua os seus ataques genocidas e a sua aniquilação pela fome e pelo bloqueio do território, impedindo a entrada de ajuda humanitária, como demonstrado mais uma vez pela interceção ilegal da flotilha internacional Sumud, porque quer impedir a formação de um Estado palestiniano livre e impor a subjugação da Cisjordânia e de Gaza.
Vários governos europeus, como Portugal, anunciaram o reconhecimento condicional do Estado da Palestina; porém, não são consequentes com as suas declarações. São cínicos.
Se um Estado reconhecido pela maioria dos países for atacado, invadido e a sua população estiver a ser dizimada, deverão ser tomadas medidas para isolar o agressor. Israel é um Estado agressor e genocida, deve ser sancionado e isolado por toda a comunidade internacional.
A pressão popular deve ser intensificada sobre os governos europeus para garantir a paz na Ucrânia, um cessar-fogo imediato em Gaza com a abertura de corredores humanitários de emergência e sanções contra o governo israelita.
Os governos dos nossos países devem convocar os embaixadores israelitas e suspender as relações diplomáticas, condenar a detenção ilegal dos membros da flotilha em águas internacionais, exigir a sua libertação imediata, unir forças no seio da União Europeia para suspender o Acordo de Associação UE-Israel e impedir o trânsito de bens e equipamento militar para Israel através de bases e portos europeus.
Saudamos os sindicatos e os trabalhadores italianos e marselheses que impuseram o boicote à passagem de mercadorias para Israel.
NEM UM CENTAVO, NEM UMA ARMA, NEM UMA VIDA PARA A GUERRA!
A delegação portuguesa à Conferência Internacional 04.out.2025

